→ Vanguard Cheats ←: Max Payne 3: São Paulo noir e cheia de cariocas

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Max Payne 3: São Paulo noir e cheia de cariocas

Fonte:AreanaIG

Max Payne 3: São Paulo noir e cheia de cariocas

Dublagem ainda está falha, mas o jogo continua tão bom quanto seus antecessores

Nova York. Começo do Inverno. As ruas geladas esperam pela neve enlameada que assolará a cidade pelos próximos meses. O vento frio corta o meu rosto enquanto ando pelas avenidas onde almas encobertas tentam fugir de seus pecados mundanos entre um gole de Starbucks e um hambúrguer da Wendy’s. Nova York. Sede da Rockstar, onde Max Payne 3 e sua narrativa em primeira pessoa me aguardavam...

Nunca tive dúvidas de que a série Max Payne é uma das minhas prediletas. Lembro de passar horas apenas recarregando minhas armas enquanto Max rodava em câmera lenta. É sério, eu ligava o jogo para ficar desviando dos tiros inimigos e recarregando. Mas é claro, a história e o clima noir do título também eram responsáveis por boa parte de meu vício, mas o que me deixou boquiaberto foi o sistema “bullet time (a câmera lenta de Matrix, sabe?)”. Isso e a narração em primeira pessoa.

Foto: Reprodução
Max Payne 3
Mas estes dois elementos que sempre me animaram tanto em meados de 2003, quando Max Payne 2foi lançado – acabei jogando o segundo antes do primeiro, que é de 2001 -, ao anunciarem a continuação para março de 2012 me deixaram receoso. Logicamente, além de não ter dúvidas de que minha memória julga muito mal os jogos antigos (na maioria das vezes os mostrando muito mais divertidos do que realmente eram), os artifícios “inovadores” da série já estavam ultrapassados ou, pelo menos, extremamente mal-usados nos últimos anos.
Porém a Rockstar acertou a mão em Max Payne 3, amigos. E como acertou.

Chamas da Vingança


Foto: Divulgação
Max Payne 3









O novo game se passa em São Paulo. Max decidiu fugir 
da Nova York gótica e opressiva que o atormentava pelas 
tragédias de seu passado – o cara perdeu a família inteira em uma chacina coordenada por poderosos da cidade no primeiro jogo, teve de matar meio mundo no segundo para quase morrer no final, quer dizer, se não tá fácil para você... Mas com toda essa carga emocional, não há cabra que não se afunde no “mé nosso de cada dia”. Mais velho, pançudo e em uma cidade onde não entende uma palavra, Max Payne é o verdadeiro retrato exagerado da crise de meia-idade.
Trabalhando como segurança particular da família Branco, poderosos que acabam à margem da legalidade quando uma das mulheres da família é sequestrada. E é claro que isso é um trabalho para Max Payne, o tira gringo, viciado em analgésicos (a energia de Max continua dependendo das pílulas encontradas durante o jogo), alcoólatra e com uma fixação doentia pela narrativa da própria vida. Se você já assistiu o filme Chamas da Vingança (Man on Fire, com Denzel Washington e Dakota Fanning), Max Payne é quase que uma cópia fiel do personagem John Creasy. O que não é nada ruim.

Paulista

“Mas e São Paulo? E a Avenida Paulista? E a garoa?!”, pois é... Eu realmente nunca tive grandes esperanças de que a capital paulista fosse representada fielmente. Quero dizer, não tenho esperança de que qualquer localidade de qualquer país em ascensão sócio-econômica (leia-se: que não faz parte do grupo EUA/Europa) seja retratada de maneira fiel. O que foi mostrado de Max Payne 3 não fugiu dessa regra.
Não há duvidas que houve um esmero maior da Rockstar em, por exemplo, deixar que personagens paulistas falem português mesmo, sem legendas, para colocar o jogador médio norte-americano no mesmo sentimento de perdido de Max. Mas que português sofrível... Isto é, dos personagens relevantes. Estes falam em inglês a maior parte do tempo para Max pelo menos entender em quem deve atirar, mas como são paulistas, eles precisam falar português de vez em quando e é aí que a magia cai. Quando eles arriscam o paulistano fica claro que deram um texto em português a um dublador norte-americano e falaram “vê o que dá pra fazer com isso”.

Foto: Reprodução
Max Payne 3
Entretanto, quando a “ralé”, os quintilhões de inimigos que não tem importância maior que um alvo em movimento, decidem falar dá até gosto!... Para quem não se incomoda com um sotaque carioca. Palavrões fluem como água e de maneira perfeita (“Eu não tenho medo de morrer, seu baba!” ou o clássico e incomparável “Vai tomar no seu c$!”), mas fica claro que as vozes vieram do Rio de Janeiro. “A dublagem ainda não está finalizada, devemos melhorá-la até a versão final”, afirmou o representante da Rockstar que mostrava o jogo.
Aliás, outra coisa que vem diretamente do Rio de Janeiro é o uniforme de um capitão da polícia que aparece em uma conversa com Max. A caveira sobre rifles cruzados como brasão deixa claro que o pessoal da Rockstar já pirou muito com o Capitão Nascimento.
De qualquer forma, a apresentação não mostrava nenhum ponto histórico da São Paulo “altamente pesquisada e reproduzida à exatidão” como anda sendo ofertado por aí. Apenas galpões genéricos que aparecem em qualquer filme do Charles Bronson.

Tiro pra que te quero



Os movimentos de Max foram capturados de maneira semelhante a de Uncharted: James McCaffrey(voz de Max desde o primeiro game da série) desta vez também foi modelo de corpo do personagem, e o dublou enquanto fazia as cenas na vida real, dando mais realismo ao herói.Não importa o "carioquês", atravessar uma janela pulando em câmera lenta enquanto abate três inimigos em pleno ar continua tão bom quanto antigamente. Além disso, cada projétil disparado é modelado separadamente, isso significa, segundo a Rockstar, que cada “morte final (kill cam)”- aquela cena em câmera lenta de quando você acaba com o último inimigo do perímetro – é única. Isso sem falar que o próprio jogador pode controlar a câmera desta última morte.

Foto: Reprodução
Max Payne 3
Além disso, a Rockstar afirma que tentou deixar a parte do tiro o mais próximo dos FPS possível, permitindo que o jogador, por exemplo, corra para trás mas mantenha a mira a 180 graus. Outro ponto extremamente importante é que, se você pular com Max para atirar e ao cair ainda sobrarem inimigos à sua volta, é possível rodar 360 graus com a câmera sem sair do chão, dando um dinamismo incrível para as cenas de combate.

Multiplayer

Tudo bem, pode torcer o nariz, eu também o fiz. Ao anunciarem o modo de multijogador para Max Payne 3 a primeira coisa que vem à cabeça é: para quê? Mas a Rockstar jurou de pés juntos que estão fazendo direito, “vai ser algo na linha de Dead Space 2? Aquele modo inexplicável e desnecessário?”, perguntei durante a sessão, “não, nós realmente pensamos no modo multiplayer como algo que se sustente”, afirmou o assessor.

Foto: ReproduçãoAmpliar
Max Payne 3
Segundo a Rockstar, a ideia é fazer com que o modo permeie a história singleplayer, com os jogadores assumindo papéis de personagens do game em situações paralelas às de Max, que complementam a história do jogo. Além disso, a produtora quer aplicar um dinamismo “quase interativo”, por exemplo: um grupo de jogadores são traficantes de armas, mas na hora da troca o outro grupo de jogadores aparece como a polícia. Nisso, o jogo vira uma disputa por pontos de controle do mapa, mas se um jogador de um dos times se sobressair neste round, no próximo o modo se altera para virar um “caça ao VIP”, sendo que um time terá de proteger seu jogador enquanto o outro precisa matá-lo.
“Mas isso é apenas um exemplo raso”, disse o representante, “nossa ideia é criar linhas-cronológicas dinâmicas que se adequem a cada partida, fazendo com que os jogadores não se interessem apenas pelo tiroteio, mas sim pelo objetivo e história do que está acontecendo e do seu papel no time”. Sei não, mas acho que a grande maioria quer mesmo é matar o coleguinha e fazer um “tea-bag” no replay...

Alguma coisa acontece...

Você, muito provavelmente, comprará Max Payne 3 independente das falhas de “aclimatação” do game – uma das cenas acontece em um ônibus em movimento, que claramente foi baseado nos veículos do Rio -, ainda mais se é fã dos jogos passados da série.
Max continua com seu tom de “bebo porque é liquido, se fosse sólido comê-lo-ia” e a movimentação do personagem está ótima. As cenas de tiroteio continuam cinematográficas, colocando John Woo no chinelo e batendo um papo animado com Tarantino na mesa do boteco.
De qualquer forma, se a versão final do jogo continuar igual a que foi mostrada e você estiver esperando por uma dublagem estilo Herbert-Richards (para o bem e para o mal), você se decepcionará...
Max Payne 3 chega para PCXbox 360 e PlayStation 3.

0 comentários:

Insira os dados pedidos para que possamos identifica-lo,
ajuda-lo e/ou agradece-lo